CONTEXTO

Embora o combate aos incêndios seja uma das ocupações mais perigosas, o impacto da exposição nas doenças ocupacionais tem sido pouco estudado. No entanto, devido ao consenso científico existente, que alerta para um aumento do número e intensidade dos incêndios provocados pelas alterações climáticas, a preocupação sobre o impacto dos incêndios florestais na saúde tem aumentado.

De uma forma geral a população está sensibilizada para o impacto que a poluição do ar ambiente pode ter na saúde, nomeadamente, irritação dos olhos (olhos vermelhos), nariz e garganta e impactos a nível do trato respiratório.

Em particular os bombeiros, durante o seu trabalho, correm maior risco de efeitos adversos na saúde devido à exposição a níveis elevados de substâncias potencialmente nocivas. Dependendo dos poluentes, das concentrações, do tempo de exposição e da vulnerabilidade dos profissionais expostos, a poluição do ar pode causar problemas de saúde mais ou menos severos, tais como hipersensibilidade das vias aéreas, ataques de asma, alergias (em particular em pessoas com tendência para estas doenças) e alteração da função cardiopulmonar.

PORQUÊ ESTUDAR O IMPACTO EM BOMBEIROS?

Vários estudos reportaram que os bombeiros são frequentemente expostos a níveis significativos de monóxido de carbono e outros poluentes atmosféricos, incluindo formaldeído e partículas em suspensão, e como tal, são considerados um grupo de risco. Além disso, o combate aos incêndios aumenta o risco de prevalência e incidência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e asma nos bombeiros e exacerba sintomas respiratórios.

OBJETIVOS

O projeto “ArRiscO – Exposição ocupacional dos bombeiros à poluição atmosférica – impacto na DPOC e asma” (PCIF/SSO/0101/2017), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), tem como principal objetivo avaliar os efeitos da exposição a longo prazo à poluição atmosférica, proveniente do combate aos incêndios florestais, em bombeiros, sobretudo no que diz respeito à DPOC e asma, para quantificar diferenças entre indivíduos expostos e não expostos.

METODOLOGIA

O projeto ArRiscO pretende analisar a exposição dos bombeiros ao fumo resultante das emissões dos incêndios, medindo poluentes atmosféricos (monóxido de carbono, óxidos de azoto, partículas em suspensão e compostos orgânicos voláteis totais) com monitores de exposição pessoal durante o combate aos incêndios florestais, no distrito de Viseu.

Além disso, com base nas respostas de questionários validados e nos exames que serão realizados por médicos do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), o estudo avaliará a prevalência, incidência e exacerbação da DPOC e asma nos bombeiros, considerando os efeitos a curto e longo prazo.

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O projeto ArRiscO foi aprovado pela Comissão de Ética para a Saúde do Centro Hospitalar Universitário de São João, Porto. Todos os dados serão anonimizados e protegidos para salvaguardar a confidencialidade.

Financiado por Projeto PCIF/SSO/0101/2017 com apoio financeiro da FCT/MCTES através de fundos nacionais (PIDDAC).

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